Translate

sábado, 30 de março de 2019

Comboios históricos da CP regressam ao Douro e Vouga em junho


A A CP - Comboios de Portugal anunciou, esta sexta-feira, que os comboios históricos do Douro e do Vouga vão circular entre os meses de junho e outubro, este ano com uma redução na oferta em relação ao ano anterior.
"A partir de 1 de junho e até 26 de outubro, o comboio histórico do Douro, composto por uma locomotiva a vapor e cinco carruagens históricas de madeira datadas do início do século XX, regressa à paisagem singular do Douro Vinhateiro, reconhecido como Património Mundial pela UNESCO, no habitual percurso entre a Régua e o Tua, com paragem na Vila do Pinhão", refere a CP em comunicado.
As viagens realizam-se todos os sábados e no feriado de 15 de agosto, num total de 23 viagens.
Já o comboio histórico do Vouga vai realizar, entre os dias 29 de junho e 12 de outubro, viagens todos os sábados, num total de 16.
"O comboio histórico do Vouga é uma composição de três carruagens de madeira datadas dos primeiros anos do século XX, rebocada por uma locomotiva diesel de 1964, e vai percorrer a Linha do Vouga, entre Aveiro e Macinhata do Vouga", acrescenta.
A empresa adianta que em 2019 estes programas turísticos apresentam uma redução do número de viagens programadas, uma vez que o ano passado se verificou "uma redução dos níveis de procura destes produtos face ao ano anterior".
"No comboio histórico do Douro viajaram, em 2018, 6190 clientes, quando em 2017 esse número foi cerca de 10100 clientes. As receitas obtidas foram da ordem de 51700 euros em 2017 e 43100 euros em 2018", refere a empresa.
No comboio histórico do Vouga, em 2018, viajaram 1630 clientes, enquanto que no ano anterior este número foi de cerca de 2000 clientes. As receitas obtidas foram da ordem dos 375 mil euros em 2017 e de 234 mil euros em 2018.
"A CP mantém a aposta neste segmento de turismo ferroviário, procurando conjugá-la com a necessária sustentabilidade e equilíbrio económico destes produtos. Os comboios históricos do Douro e Vouga estarão também disponíveis para a realização de circulações especiais, para clientes que estejam interessados na sua contratação", conclui.

Fonte: Jornal de Notícias

sexta-feira, 29 de março de 2019

CP acaba com comboio turístico na linha do Douro.


As viagens no Comboio Miradouro, na linha do Douro, vão acabar. A CP diz que "o mercado não terá valorizado" estas carruagens suíças e que, além disso, o comboio "gera prejuízo".
Dois anos depois de terem sido criadas, as viagens no comboio turístico do Douro vão acabar. A decisão de descontinuar o Comboio Miradouro, formado por carruagens suíças dos anos 50, tem a ver com a falta de rentabilidade do serviço e a pouca valorização dada pelos viajantes, justifica a CP – Comboios de Portugal.
“A CP constatou que a procura, na linha do Douro, continuou a concentrar-se nos comboios realizados com Automotoras UTD 592, indicando que o mercado não terá valorizado o Comboio Miradouro”, disse fonte oficial da CP ao Público (acesso condicionado). “Mesmo considerando um cenário de lotação completa, este comboio gera prejuízo para a CP, dada a logística necessária à sua produção”.
Assim, a CP vai uniformizar a oferta no Douro com as automotoras espanholas alugadas à Renfe, que dispõem de ar condicionado (contrariamente ao comboio Miradouro), mas que não permitem desfrutar da paisagem através dos espaços amplos e das janelas, o principal motivo de atração de clientes no verão.
“As automotoras 592 garantem menores custos produtivos, melhor resultado económico, menor consumo energético e menor consumo de recursos humanos, pelo que é a solução que mais contribui para criar valor económico para a CP”, explicou a empresa.
O presidente da Câmara da Régua disse ao Público que desconhecia esta decisão e que vai questionar a empresa. “Tenho a lamentar que acabem com este comboio porque era mais valor acrescentado para o turismo do Douro, que ainda por cima está a crescer”, disse, acrescentando que “é mais uma vez o interior do país a ficar penalizado”.
Já Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte, ressalva a elevada procura por transportes públicos dos turistas que visitam o Douro e diz não compreender esta decisão. “Tenho sérias dúvidas sobre o argumento da CP de que o comboio não é rentável”, afirmou, justificando que a região recebe cerca de 4,3 milhões de turistas por ano, 75% deles na zona do Porto e que o Comboio Miradouro permite o transporte para o interior, mas também uma experiência diferente de viagem.
Esta decisão é também considerada um “erro do ponto de vista comercial” por António Brancanes dos Reis, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-ferro (APAC). “Este comboio tem tido enorme adesão do público porque as carruagens Schindler proporcionam ao público desfrutar da paisagem do Douro pela possibilidade de abertura das janelas, e porque os próprios horários permitiam que fosse utilizado pelos turistas para um passeio com almoço na Régua ou no Pinhão”.

Fonte: Eco Sapo

segunda-feira, 25 de março de 2019

Ainda se sonha com o regresso do comboio à Linha do Corgo

O encerramento da Linha do Corgo deixou um vazio nas aldeias, entre Vila Real e a Régua, e 10 anos depois ainda são muitos os que suspiram de saudade e sonham com o regresso do comboio.
A linha de caminho-de-ferro do Corgo, que ligava as cidades de Vila Real e Peso da Régua, foi encerrada no dia 25 de março de 2009 por decisão do Governo PS de José Sócrates, que alegou razões de segurança.
A notícia foi inesperada e deixou em choque as populações das aldeias que sempre viveram a ver passar os comboios.
"Sinto muito a falta do comboio. A gente com o comboio parecia que estávamos mais completos, até sabíamos as horas e tudo", afirmou à agência Lusa Maria Helena, 60 anos, residente na aldeia de Povoação, no concelho de Vila Real.
Para esta habitante, a "aldeia ficou mais vazia" e com o fecho da via ficou "a tristeza". "Porque a gente nasceu já a ver o comboio aqui, foi uma coisa que nos tiraram de toda a vida", sublinhou.
A Povoação é terra de muitos ferroviários. Um deles é António Bento que faz parte da Junta de Freguesia Ermida/Nogueira, onde está inserida aquela aldeia.
"Foi um choque muito grande, as pessoas sentiram muito a falta do comboio", recordou António Bento, que foi durante 34 anos operador de material circulante.
O autarca disse que soube que a linha ia fechar "precisamente nesse dia" e lembrou que, um ano antes, "tinham sido substituídas 17.000 travessas de madeira (que suportam os carris)". "Nunca imaginámos que a seguir iria fechar", lamentou.
Cármen Forte, 70 anos, foi mulher de um ferroviário e praticamente todos os dias ia ter ao comboio para dar de comer ao marido. Recorda, por isso, com saudade esse tempo e desabafa: "Era bem bom que voltasse, porque faz falta a muita gente".
O comboio era, segundo António Bento, o único meio de transporte que havia e era muito utilizado pelos residentes das aldeias e pelos estudantes que se deslocavam para Vila Real.
Após o fecho da linha, o transporte ferroviário foi substituído pelo autocarro, que segue por estradas estreitas, sinuosas e esburacadas.
Os carris foram arrancados, chegaram a ser anunciadas obras de beneficiação no valor de 23,5 milhões de euros e a reabertura da linha em setembro de 2010. Entretanto passaram 10 anos.
"Eu por natureza sou uma pessoa muito otimista e penso que sim, que a linha pode ser reativada (...) Sim, justifica-se até por um fator de turismo", salientou o autarca.
O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) deu início em dezembro a uma campanha pela reativação da Linha do Corgo e promove hoje uma caminhada pelo ramal de 25 quilómetros que ligam Vila Real ao Peso da Régua.
"O canal está em ótimas condições e cremos que é possível fazer esse investimento e devolver a via-férrea às populações", afirmou à Lusa Fernando Sá, dirigente de "Os Verdes".
O PEV defende que faz todo o sentido reativar a linha neste momento em que se prevê a eletrificação da Linha do Douro até ao Pocinho, em que o turismo ferroviário é mais cada vez mais procurado e o Corgo pode ser complementar ao Douro, e em que se fala cada vez mais na descarbonização para combater as alterações climáticas.
Fernando Sá disse que, a este propósito, o PEV encetou negociações com o Governo no âmbito do Programa Nacional de Investimentos 2020/2030.
"Vila Real é a única cidade com ensino universitário que não tem transporte ferroviário. É um objetivo e julgo que é possível reabilitar a linha e voltarmos a ter ferrovia, mas uma ferrovia que seja rápida, confortável, que sirva para fins turísticos e também para carga e isso não será fácil sem um grande investimento", salientou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos (PS).
E continuou: "estou convencido que apesar dos nossos desejos, nos próximos quatro a cinco anos esse investimento não se concretizará, mas estamos disponíveis para continuar a lutar e para continuar a alertar o poder de Lisboa para a necessidade desta linha".
Rui Santos especificou que defende a reativação daquela linha ferroviária "em toda a extensão, entre a Régua e Chaves". O troço da linha entre Vila Real e Chaves foi encerrado em 1990, durante o Governo PSD de Cavaco Silva
Para já existe o projeto de uma ecovia no ramal entre Vila Real e Régua. No entanto, segundo o autarca, "ficou acertado" com a Infraestruturas de Portugal (IP) que o "canal tem necessariamente de ser sempre preservado para o regresso do comboio".


Fonte: Diário de Notícias



quarta-feira, 20 de março de 2019

Outros Projectos


Convidamos a todos a visitar outro projeto em que nos envolvemos: