Nada se constrói por milagre, se pretendemos a Modernização da Ferrovia
em Portugal, há que encontrar soluções que permitem a sua concretização. Temos
de ter consciência que a ferrovia é determinante para o nosso futuro e para a
nossa existência como nação independente.
É certo que os fundos comunitários podem ser uma grande ajuda. Contudo,
não podemos estar pendentes da sua atribuição, uma vez que se regem por
estratégias e objetivos da União Europeia, os quais podem não ser coincidentes
com as necessidades estratégicas do nosso país. Além disso, nunca financiam a
totalidade do investimento.
Não vale de nada proferir que o Estado tem de investir mais neste
setor, já estamos fartos desse discurso, há que concretizar e pôr mãos à obra.
O Estado não pode ser a solução para tudo. Não podemos esperar mais décadas
para fazer o que já deveria ter sido feito:
- a modernização da ferrovia;
- a modernização do material circulante;
- a abertura de troços encerrados;
- a construção de vias estruturantes.
- Cada cidadão contribuiria com 0,10% do seu ordenado bruto mensal;
- Cada empresa contribuiria com 0,25% de toda a sua faturação mensal.
Seria criada a Comissão Fiscalizadora do FMF (Comissão) que controlaria
a gestão do FMF e seria a única entidade com autoridade para fiscalizar os
projetos e libertar as verbas necessárias à sua concretização. Esta Comissão
seria criada no seio da Assembleia da República, e seria constituída por um
elemento de cada partido com assento parlamentar.
As prioridades do FMF:
- Todas as capitais de distritos serem servidas por via-férrea, onde a circulação das composições possa atingir, no mínimo, os 100 km/h;
- Fazer as ligações estruturantes a Espanha: Aveiro-Salamanca, Porto-Vigo, Lisboa/Sines- Madrid.
- Diminuir drasticamente a duração das viagens entre as capitais de distritos e os dois grandes centros urbanos (Lisboa e Porto);
- Modernização do material circulante (apostando no produto nacional);
- Modernização e automatização das comunicações, controlo e gestão das vias-férreas;
- Alteração da rede ferroviária Portuguesa para bitola Europeia.
Criação da IF - Infraestruturas
Ferroviárias
A paralelamente à criação do FMF, seria criada uma entidade que se
dedicasse exclusivamente à gestão das infraestruturas ferroviárias em Portugal,
a IF - Infraestruturas Ferroviárias, saindo da atual Infraestruturas de
Portugal, que com esta divisão poderia designar-se IR – Infraestruturas
Rodoviárias.
O FMF não poderia ser utilizado para a
gestão corrente do IF.
O IF deveria ter um conselho de administração profissional e
independente. Seria constituído por três elementos executivos, um presidente e
dois administradores. A sua nomeação seria feita pela Comissão, através de
critérios exclusivamente profissionais: curriculum profissional no setor
ferroviário e resultados positivos obtidos nessas funções. Por uma questão de
independência, estaria vedada a participação de qualquer deputado da assembleia
da república e militante partidário.
A IF teria de apresentar à Comissão para aprovação, o plano para a
ferrovia nacional, tendo em atenção as prioridades do FMF. A Comissão por
solicitação da IF libertaria as verbas disponíveis no FMF, sempre que
estivessem de acordo com o plano perviamente aprovado. A Comissão ficaria
obrigada à publicitação pública, de todos os movimentos das verbas do FMF.
O Estado teria de continuar a financiar a IF com transferências do orçamento
do estado. O FMF seria um suplemento orçamental da IF para o investimento.
(*) Valor calculado
tendo por base a informação da PORDATA relativamente ao volume de negócios e
ordenados de 2017.
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