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Novo Projeto CT


1. Introdução
Este projeto começou com a nostalgia de um Flaviense que teve a alegria e o prazer de poder viajar nas linhas do Corgo e do Tua, antes destas belas linhas ferroviárias, de via estreita transmontanas, terem sido encerradas. Nenhuma alma flaviense consegue ficar indiferente quando percorre o trajeto da antiga linha do Corgo à procura dos vestígios do que ainda resta desse passado glorioso. O mesmo sucede quando visitamos os despojos da Linha do Tua em Abreiro e em Mirandela.  
Quem não recorda o passado quando estes comboios circulavam cheios de passageiros ao longo das linhas transmontanas?
Quem não guarda na memória a imagem de sair na estação de Peso da Régua, do comboio procedente do Porto e apanhar o comboio para Chaves... Esta mudança de comboio tinha de ser rápida para conseguir um lugar à janela. Eram muitas as pessoas que seguiam no comboio para Chaves. O comboio andava sempre cheio até Vila Pouca de Aguiar. Após esta estação era possível arranjar algum espaço livre.
Quem não se lembra de ver a estação de Vidago cheia de gente…
O que mais revolta em tudo isto é a passividade dos autarcas transmontanos sobre o encerramento das Linhas Transmontanas. Todos gostam de falar de regionalização, mas não seriam as Linhas Transmontanas, a bandeira mais emblemática de afirmação dessa regionalização?!
Qualquer região europeia com autonomia regional, tem como principal premissa e preocupação, o estabelecer de vias de comunicação entre os municípios da sua região. O comboio é hoje, a melhor aposta que tem vindo a ser seguida na Europa. Vejam os vários exemplos da nossa vizinha Espanha, que está a modernizar todas as suas vias estreitas, não só para turismo, mas também para o transporte diário de passageiros. A exploração turística que faz dessas vias-férreas é uma das formas de financiamento encontradas para manter abertas essas linhas ao transporte de passageiros. Mas o que realmente faz dessa exploração um sucesso, é oferta de um serviço de qualidade, com uma boa oferta de horários e com comboios modernos, que para além do conforto que oferecem, conseguem uma maior rapidez nas viagens entre as localidades.
Quando em 2010 iniciámos o projeto CT – Comboios Transmontanos S.A. confinámo-lo praticamente aos traçados já existentes, construindo apenas alguns novos ramais. Após termos aprofundando a nossa análise sobre o projeto da FEVE, fonte de inspiração para o projeto CT e juntamente com os contributos que fomos recebendo, alargamos o campo de exploração do projeto CT a todas as linhas de via estreita em Portugal, passíveis de exploração. Contudo, com a atual conjuntura económica, achamos melhor restringir o projeto CT às linhas transmontanas. Contudo, conseguimos encontrar uma forma de melhorar os resultados de exploração das linhas transmontanas com a construção de uma nova linha, a Linha de Braga, que ligará a Linha do Corgo à cidade de Braga, passando por Fafe e Guimarães. Com esta nova linha conseguimos finalmente ligar diretamente, por via ferroviária, as cidades de Guimarães e Braga. Além disso, voltamos a colocar no mapa ferroviário a cidade de Fafe. O traçado desta nova linha, utilizará parte do traçado da antiga Linha Guimarães (via estreita).
Com a Linha de Braga conseguimos ligações mais rápidas aos comboios Alfa Pendular com destino a Lisboa com partida de Braga e/ou Guimarães. Conseguindo criar horários que permitem que no mesmo dia, se possa ir e voltar, de Bragança e/ou Chaves a Lisboa.
A ligação das cidades de Braga e Guimarães por via-férrea, irá ser uma das mais-valias financeiras deste projeto.
Além disso, propormos a reativação do troço entre Pocinho e Barca d’Alva em via estreita, ligando assim este troço à linha do Sabor. Esta ligação irá permitir a circulação de um comboio turístico, o Transmontano Express entre Régua e Barca d’Alva, circulando ao longo das linhas do Corgo, Tua e Sabor. Para que esta circulação seja possível, irão ser construídos 2 ramais que vão permitir a ligação entre a Linha do Corgo com a Linha do Tua e a ligação entre a Linha do Tua com a Linha do Sabor.
Assim, defendemos que a CT - Comboios Transmontanos S.A. fique responsável pela gestão das linhas do Tâmega, Corgo, Tua, Sabor, Braga, Ramal de Valpaços (ligação da Linha do Corgo à Linha do Tua) e Ramal de Vimioso (ligação da Linha do Tua à Linha do Sabor). Com estes ramais é possível fazer uma gestão integrada de todas as linhas, permitindo a viabilidade do projeto.
Este projeto é pragmático sobre a questão da barragem da EDP e a consequente submersão de parte da Linha do Tua, por isso, defendemos a utilização da Linha do Tua apenas entre Abreiro (ou Brunheda) e Bragança, ficando assegurada a ligação à Linha do Douro através da Linha do Corgo e da Linha do Sabor, com a construção dos novos troços. Contudo, estamos disponíveis para prolongar a Linha do Tua para além de Abreiro até ao local onde vai ser construído o ancoradouro dos barcos do projeto da EDP.
Para além do transporte de passageiros, este projeto está preparado para gerir o transporte de mercadorias. Grande parte das estações foi redimensionada para receber comboios de mercadorias, estando previsto a construção de terminais de mercadorias.
Com a reabertura da Linha do Douro entre Pocinho e Barca D’Alva permitirá ao Transmontano Express (a nossa aposta no turismo ferroviário) explorar possíveis parcerias com as empresas que exploram as viagens fluviais ao longo do Rio Douro até Barca D’Alva, oferecendo uma viagem num comboio especial focado para a vertente turística. Esta viagem iria percorrer os traçados das várias linhas transmontanas, desde Barca D’Alva até à Régua. Para valorizar ainda mais o projeto do Transmontano Express defendemos a transformação em Pousada da estação de Barca D’Alva. Desta forma irá permitir oferecer pacotes turísticos ainda mais interessantes, conjugando a estadia com viagens de barco e de comboio.
As viagens do Transmontano Express podem ser associadas a outras parcerias regionais ao longo das várias localidades transmontanos por onde passa.
O projeto CT propõe a construção de 240 km de via-férrea e a reposição/modernização de 429 km. No total estamos a falar de 669 km de via-férrea. È o maior projeto ferroviário de via estreita alguma vez apresentado em Portugal, desde o início da construção das primeiras linhas de caminhos-de-ferro em Portugal.
Está na altura de Portugal deixar de construir mais autoestradas e apostar finalmente naquilo que já deveria ter feito nos anos 80: modernizar e construir novas linhas de caminhos-de-ferro para transporte de passageiros e mercadorias. Se essa aposta tivesse sido feita no passado, com toda a certeza a atual conjuntura económica Portuguesa poderia ser outra. Estamos a pagar hoje pelos erros acumulados nas últimas 3 décadas. Não percamos mais tempo.
O projeto CT tem inúmeras vantagens para as populações servidas, tornando ainda mais apetecível o transporte ferroviário na atual conjuntura de crise económica.
O projeto CT foi melhorando em relação ao projeto inicial, graças aos contributos que fomos recebendo. Introduzimos algumas ideias novas, com o objectivo de tornar o projeto CT um projeto financeiramente rentável, para que possa ser um produto apetecível aos investidores privados. Deixámos de acreditar no estado português (governo e autarquias) como os principais acionista deste projeto. Além disso, queremos também demonstrar a exequibilidade de um grande projeto no sector ferroviário através da iniciativa privada.
É bom para a economia Portuguesa que mais projetos privados apareçam neste sector. Não podemos estar sempre à espera da moleta ou dos subsídios estatais. A conjuntura atual da economia Portuguesa poderia ser outra, se a nossa economia não fosse demasiada dependente do estado e se este não estivesse demasiado presente. Quanto maior for o “comboio” do estado na economia, mais impostos somos obrigados a pagar e menos financiamento fica disponível para os verdadeiros investidores, criadores de riqueza.
Por isso defendemos a abertura de um concurso para a concessão da exploração das linhas transmontanas por um prazo nunca inferior a 50 anos, onde o estado cede todas as infraestruturas existentes à futura concessionária, sem qualquer custo para esta. Em contrapartida, a concessionária terá de modernizar todas as linhas transmontanas e assegurar tarifas sociais. A concessão é renovável por períodos idênticos, caso o estado não pretenda renovar a concessão terá de reembolsar todas as mais-valias que a concessionária efetuou às infraestruturas das linhas, acrescidas de juros comercias à taxa em vigor.
O Estado concederá a DUP à concessionária para possa fazer todas as expropriações que achar necessárias, incluindo a prioridade do traçado ferroviária em relação às estradas nacionais.
Esperamos que o nosso trabalho esteja bem elaborado para que os eventuais investidores apareçam para financiar este projeto, tendo como garantia o retorno do seu investimento.

aqui o novo projeto CT ou podes transferir o ficheiro para o teu computador.