Arrancou
nesta segunda-feira o concurso público para o projeto da nova linha de comboio
do Vale do Sousa. Em causa está uma nova linha ferroviária de 36,7 quilómetros,
que colocará a cidade de Felgueiras a menos de uma hora do Porto. Haverá sete
estações intermédias nos concelhos de Paredes, Paços de Ferreira e de
Felgueiras.
O trajeto
terá início a sudeste da estação de Valongo, na proximidade do Terminal de São
Martinho do Campo, ao quilómetro 19,6 da Linha do Douro. Até Felgueiras, a nova
Linha do Vale do Sousa prevê a construção das estações de Gandra 2, Rebordosa,
Lordelo, Paços de Ferreira, Freamunde 2, Lousada 2 e Longra, detalha a
Infraestruturas de Portugal (IP) no caderno de encargos.
A Linha do
Vale do Sousa permitirá uma viagem de comboio entre Felgueiras e Porto-Campanhã
em 57 minutos, sem transbordos. Na hora de ponta, o comboio poderá ser mais
competitivo do que a viagem de carro, que chega a demorar mais de uma hora
neste período. De Lousada, Paços de Ferreira e de Lordelo, o percurso demorará
46, 39 e 35 minutos, respetivamente. O tempo total de deslocação na linha do
Vale do Sousa será de 36 minutos.
A nova linha
será construída em via única, exclusivamente para serviço de passageiros e com
comboios suburbanos como os que circulam no Grande Porto. A velocidade máxima
do novo troço será de 140 km/h, durante uma extensão de 24,8 quilómetros, ou
seja, mais de metade do percurso.
Para
permitir o cruzamento de comboios, a nova linha terá um segmento de duas vias
entre Lousada 2 e Longra, onde será instalado um desvio ativo com 2 a 2,5
quilómetros de comprimento. Desta forma, na hora de ponta, será possível a
circulação de comboios a cada 30 minutos por sentido.
A IP vai
receber propostas para elaboração do projeto da nova linha até ao final do mês.
Depois de o contrato ser assinado, a empresa vencedora terá 285 dias (cerca de
10 meses), para elaborar o projeto. O documento dará detalhes sobre o número de
túneis, pontes e viadutos a construir, a localização precisa das estações,
expropriações a fazer e ainda a tabela de velocidades da linha. O preço base do
projeto é de 490 mil euros.
“A inserção
do novo canal num território com orografia desafiante, povoamento bastante
disperso fora dos principais centros urbanos, com zonas industriais, mas também
agrícolas, bem como elevada densidade de infraestruturas rodoviárias implicará
a execução de inúmeras obras de arte, quer viadutos quer túneis, de
restabelecimentos desnivelados (a legislação em vigor não permite a criação de
novos atravessamentos da rede ferroviária nacional) para minimização de
interferências, atendendo às condicionantes a aferir em fases posteriores do
estudo”, atenta a IP.
O estudo
para a construção da Linha do Vale do Sousa faz parte do Programa Nacional de
Investimentos para 2030. A nova ligação ferroviária deverá constar do Plano
Ferroviário Nacional. Em maio de 2020, a nova linha implicaria um investimento
de 181 milhões de euros, segundo estudo da consultora Trenmo, segundo o jornal
Público (acesso pago) escreveu na altura.
Fonte:ecosapo
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