É minha profunda convicção que não vamos poder contar com estado e muito menos com actual governo para reactivar a linhas transmontanas do Corgo, Tua, Sabor e Tâmega. Também não vale a pena estar à espera do apoio dos actuais autarcas transmontanos, já que quase todos, se não todos, se venderam às promessas ilusórias do actual governo.
A única solução para tornar realidade, o sonho de voltar a ver os comboios a circular nas linhas transmontanas, seria com um projecto financiado com fundos privados.
Uma hipótese seria convencer a FEVE a investir em Portugal, expandido a sua rede para o nosso país. Contudo, e para nossa infelicidade, a rede da FEVE não se encontra perto das localidades fronteiriças, onde as linhas do Corgo, Tua, Sabor e Tâmega terminam. No entanto, não sendo um impedimento, torna difícil de convencê-los a investir. Além disso, existe outro impedimento, a FEVE ser uma empresa pública espanhola. Sabendo nós a posição do nosso governo sobre as linhas transmontanos e dada a amizade existente entre os actuais primeiros-ministros dos dois países, depressa seria vetada qualquer hipótese de viabilização de uma participação da FEVE.
A hipótese mais interessante e porventura a única que poderia de facto concretizar, seria a participação de investidores árabes. Pode à primeira vista parecer estranho, mas podem ter a certeza que não é. Fiz várias pesquisas sobre investimentos árabes, e verifiquei a abertura e a disponibilidade para investirem em projectos alternativos, como aquele que defendemos, desde que se prove a sua rentabilidade. O mais difícil é conseguir chegar ao seu contacto para fazer a apresentação de um projecto integrado para toda a região transmontana. Gosto de frisar “um projecto integrado”, pois quaisquer projectos sectoriais estarão condenados ao fracasso.
Não seria difícil de convencê-los a investir num projecto ferroviário de gestão integrada das Linhas do Corgo, Tua, Sabor e Tâmega com ligações a Espanha e às duas principais cidades do país, tendo acesso aos principais Aeroportos do país: ao Porto através da Linha do Douro, e a Lisboa através da realização do projecto da Linha de Lamego com a ligação à Linha do Vouga, reactivando o troço entre Viseu e Sernada do Vouga, permitindo a chegada a Aveiro, com a consequente ligação ao Alfa Pendular para Lisboa. Além disso a ligação a Aveiro, permitiria a ligação a um importante porto Marítimo, o Porto de Aveiro.
A grande “batalha” para nós, acima de qualquer outra coisa, seria utilizar tudo o que estivesse ao nosso alcance, para conseguir chegar ao contacto com as agências de investimentos árabes e/ou fundos de investimentos árabes.
É isso que tenho andado a tentar fazer, mas torna-se mais fácil, se mais estivessem interessados e disponíveis para o fazer…
Paulo Santos
CT - Comboios Transmontanos S.A.
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