Empresa Transportes Turísticos do Vale do Tua continua a negociar com a IP para poder usufruir dos edifícios
Se o
futuro comboio histórico da linha do Tua tivesse de apitar hoje, entre
Brunheda e Mirandela, já podia. Ainda estão a ser feitas algumas obras
de consolidação das encostas, mas os 37 quilómetros de via-férrea estão
completamente reabilitados e prontos para a circulação.
Foi
o que a reportagem do JN comprovou ontem, a bordo de um veículo criado
para viagens de cortesia. É como uma mota acoplada a uma estrutura
simples, apta a circular sobre carris e que tem cinco confortáveis
bancos. Esta puxa uma outra com mais oito lugares.
Nesta
viagem, o líder da Douro Azul, Mário Ferreira, explicou o que já foi
feito e o que falta fazer, no âmbito do plano de mobilidade previsto nas
contrapartidas da construção da barragem do Tua, entre os concelhos de
Carrazeda de Ansiães e Alijó.
Como
noticiámos ontem, o sistema multimodal já definido apenas contempla
viagens turísticas (as quotidianas ainda estão em estudo). Os quatro
quilómetros entre a estação de Foz-Tua e o cais da barragem vão ser
feitos de autocarro descapotável. Os turistas seguem depois em barco
rabelo, ainda em construção, durante 19 quilómetros até ao cais da
Brunheda, onde poderão embarcar no comboio histórico, ao longo de mais
37 quilómetros até Mirandela.
Quando este
plano entrar em funcionamento, em março do próximo ano, Mário Ferreira
espera já ter chegado a acordo com a Infraestruturas de Portugal para o
arrendamento das estações e apeadeiros daquele troço.
Já
quanto à estação de Mirandela, o autarca, António Branco, lamenta o
“estado de degradação a que chegou” e que as conversações com os últimos
governos e com as empresas que detêm aquele património não tenham dado
em nada.
“Temos, há longos anos, feito
propostas para que nos seja vendida a estação para a reabilitar, bem
como toda a zona envolvente, mas ainda não tivemos uma resposta
concreta. A propriedade continua em posse da Infraestruturas de Portugal
e é tempo de alguém decidir, pois não podemos correr o risco de uma dia
a estação ruir”, frisou.
Fonte: JN
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