Carrazeda de Ansiães Projeto prevê o transporte de turistas em composição histórica entre as estações da Brunheda e de Mirandela
O
vale do Tua voltará a ter comboio a partir de março de 2017. Pelo menos
para fins turísticos. Uma locomotiva histórica puxará quatro carruagens
entre Brunheda (Carrazeda de Ansiães) e Mirandela.
É
uma das partes do plano de mobilidade previsto nas contrapartidas pela
construção de uma barragem, junto à foz do rio, entre os concelhos de
Carrazeda e Alijó. O resto do percurso até Foz-Tua será assegurado por
um barco rabelo e por um autocarro descapotável.
O
projeto é da empresa Transportes Turísticos do Vale do Tua, SA,
constituída para o efeito dentro do universo Douro Azul, liderado por
Mário Ferreira. Resulta de um acordo fechado com a EDP, que construiu a
barragem, e a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, que
representa os concelhos abrangidos pelo aproveitamento hidroelétrico:
Carrazeda de Ansiães, Alijó, Murça, Vila Flor e Mirandela.
Transporte de passageiros
“É
um projeto ambicioso e difícil”, admite, ao JN, Mário Ferreira, já que
se trata de “uma nova atração turística onde nada existe para além das
belíssimas paisagens”.
Para além da
componente turística, está também previsto o transporte quotidiano de
passageiros, embora o modelo esteja ainda a ser ultimado com as cinco
câmaras municipais e com a EDP.
“Queremos
um modelo que sirva bem a população, mas que não se limite a andar só
com uma pessoa para trás e para a frente”, nota o empresário.
Neste
momento, já estão concluídas as obras de reabilitação dos 37
quilómetros de linha do Tua, entre Brunheda e Mirandela. Uma boa parte
dos carris e travessas levantados no troço de 18 quilómetros que vai ser
afogado pela albufeira foram usados para as obras no restante percurso.
Em fase final estão os trabalhos de estabilização de margens,
drenagens, entre outros.
Por concluir
estão as negociações com a Infraestruturas de Porem tugal para a empresa
ficar com as estações e apeadeiros daquele troço: Brunheda, Codeçais,
Abreiro, Ribeirinha, Vilarinho, Cachão, Frechas e Latadas. De fora fica a
estação de Mirandela, em posse da Câmara.
Outra vida para o vale
Mário
Ferreira garante que “o projeto poderá começar a funcionar a 100% a
partir de março do próximo ano, desde que haja água na albufeira”. A
partir daí o vale poderá ter outra vida. De resto, o responsável da
Douro Azul vinca que “a linha do Tua foi salva pela barragem”.
Sublinha
que “se não fosse ela, a ferrovia estava morta, uma vez que já estava
parada antes de a barragem ser anunciada”. Agora, com este projeto,
“existe a possibilidade de salvar mais de dois terços da via, condições
de segurança que não existiam previamente”.
Para
a Douro Azul, este novo negócio representa uma “nova, diferente e muito
interessante atração turística dentro da região duriense”.
Mário
Ferreira está convencido de que significará “um sem-fim de
oportunidades” que vão surgir a partir da base de clientes que vão ser
redirecionados para o vale do Tua. Porém, avisa, “vão ser necessárias
várias infraestruturas que fazem muita falta”, nomeadamente “alojamento,
restaurantes e postos de venda de produtos regionais”.
Até
agora, insiste, “podia não haver razões para existir mais oferta nestes
setores de atividade, mas agora é preciso repensá-la, pois aquela zona
está condenada ao sucesso”.
Fonte: JN
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