O
presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, defende uma ligação ferroviária entre
o Minho e o comboio de alta velocidade em A Gudiña, na Galiza, considerando
esta opção mais vantajosa quer para passageiros quer para transporte de
mercadorias.
“A nossa
sugestão é que a ligação [com A Gudiña]seja feita ao Minho, mais concretamente
Guimarães, ligando várias áreas populosas e ao mesmo tempo também com alguma
produção industrial”, explicou o autarca.
Para Nuno
Vaz, esta triangulação, com a ferrovia a atravessar o concelho de Chaves, seria
vantajosa.
“Muito dos
casos aquilo que é criado no Minho podia ter uma ligação mais rápida para
Madrid e o resto da Europa”, concretizou.
O autarca
flaviense lembra que a ferrovia envolve “investimentos brutais” mas que
pensando a 15, 20 ou 30 anos seria “desejável equacionar esta necessidade”.
“Seria a
ideia mais interessante e idónea. Teria mais utilizadores, quer cidadãos quer
mercadorias”, acrescentou.
Nuno Vaz
recorda que o Ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos,
defendeu a ligação ferroviária entre as cidades com mais de 20 mil habitantes,
o que torna Chaves apta para integrar essa infraestrutura.
“É ambição
atual fazer uma ligação, de transporte pessoal, mais ecológica, ambientalmente
amiga, e pretende-se fazer estruturando as cidades de maior dimensão em
Portugal”, apontou.
“A questão
dos ecossistemas e as questões ambientais vão exigir novas respostas aos
governos e esta será uma forma de a fazer”, acrescentou.
Com o tema
a ter tempo para discussão, Nuno Vaz explica que a autarquia pretende
“discutir, contribuir e dar respostas”.
“O que
pretendemos é dar mais informações para que a situação seja de interesse para o
país e também para algumas regiões do interior. Naturalmente que Chaves se
integra nesse contexto”, frisou.
O
presidente da Câmara de Chaves alertou ainda que em Portugal há historicamente
“dificuldades em implementar grandes reformas estruturais em todas as áreas”,
dando como exemplo o novo aeroporto em Lisboa, que tem “20 anos de conversa” e
que ainda não foi dado o passo para a sua construção.
Ligação
terrestre à alta velocidade em Espanha
Com a
autoestrada a ligar Chaves a Espanha, o Alto Tâmega estará perto do comboio de
alta velocidade que terá paragem em A Gudiña.
“Neste
momento para transporte de passageiros A Gudiña está ligada naturalmente por
autoestrada. Estaremos em 30 minutos nessa estação e em termos de combinação de
modos de transporte, entre o que é a ferrovia de alta velocidade na Galiza e
modo de transporte terrestre (autoestrada), ficará perfeitamente servido”,
considerou.
Nuno Vaz
defende é uma estratégia “mais exigente” e um pensamento “mias longe”.
“Desejamos
ligar o país também a Espanha e desejavelmente à alta velocidade e não que
fiquemos mais uma vez com um projeto pequeno. Se é para ser pensado a
médio/longo prazo e para alocar fundos europeus, devemos fazer de forma
adequada para que sirva o interesse da economia e cidadãos”, concluiu.
Fonte: A Voz deChaves, edição de quinta-feira, dia 3 de junho
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